Apenas uma parcela pequena, menos de dez por cento, foram produzidos com a intenção e o esforço para se tornarem grandes vinhos.
Um grande vinho é necessariamente um vinho de guarda. Que tem estrutura para, não só aguentar a passagem de umas poucas décadas, mas melhorar com a evolução obtida em boas condições de armazenamento. São vinhos de meditação ou de contemplação.
No dia-a-dia, porém, podemos ter prazer bebendo diversos tipos de vinhos que nunca serão grandes, mas que podem ser ótimos em suas categorias.
Assim como não podemos exigir que todos os livros sejam profundos, ricos de ideias e imagens, também não devemos esperar que sejam produzidos apenas grandes vinhos. Nas festas e reuniões mais animadas, por exemplo, iriam fazer falta os espumantes e brancos comuns, mas agradáveis e ligeiros.
Felizmente é bastante ampla a variedade de vinhos, cada um com seus atrativos, peculiaridades e prazeres distintos.
De modo geral, procuramos nos vinhos cinco coisas: agradabilidade, harmonia, expressividade, complexidade e tipicidade. Nessa ordem.
A agradabilidade é o critério mais subjetivo e o mais suscetível de influências culturais, sociais e emocionais. O enófilo busca se auto influenciar positivamente para contrapor as influências anteriores que ele sofreu sem ter consciência e capacidade de controle.
Podemos ajustar nosso senso do que nos é agradável, a partir do conhecimento, interesse e novas experiências. Essas alterações irão ocorrer de qualquer maneira, pois nosso gosto está sempre mudando, mas não necessariamente evoluindo para melhor. Por isso pede a ação consciente e objetiva do enófilo, para garantir esse intento.
Muitas pessoas lembram que acharam amarga e não gostaram de cerveja na primeira vez que tomaram. Outros passaram a gostar de legumes e verduras só depois de adultos. O enófilo procura dirigir esse processo para acelerar seu progresso organoléptico e isso vai além das sensações no mundo do vinho e abrange também os alimentos com seus aromas e sabores, bem como a estética.
Critérios de qualidade nos vinhos
Agradabilidade
É a capacidade de um vinho agradar ao paladar e produzir sensações prazerosas.
Harmonia
É a capacidade de um vinho apresentar um equilíbrio e integração de seus elementos, de modo que valorizam o conjunto.
Expressividade
É a característica do vinho que apresenta seus aromas e sabores bem definidos e claramente transmitidos.
Complexidade
É a capacidade de um vinho transmitir uma multiplicidade de aromas e/ou sabores que o torna mais profundo e nos impele a tentar encontrar novas sensações.
Tipicidade
É a capacidade de um vinho de apresentar características próprias de uma variedade, vinificação, região, solo, clima etc.
Todos os tipos de vinhos podem alcançar o nível mais alto de agradabilidade, harmonia, expressividade e tipicidade, mas só os grandes também atingem o ponto mais elevado em complexidade. Os grandes vinhos costumam alcançar notas altas em todos os quesitos, enquanto que outros tipos de vinhos conseguem melhor pontuação em um, dois ou três quesitos.
Para quem já possui uma base teórica bem estruturada, a recomendação geral é buscar nossa fonte de conhecimentos diretamente dos vinhos. Eles podem ser nossos mestres, desde que tenhamos disposição firme de aprender.
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